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13/07/2023

Organizando as finanças da sua empresa de decoração

   Como em qualquer profissão muito técnica, o empresário de decoração se sente mais à vontade e realizado trabalhando na operação, executando, criando sua arte, além do atendimento dos clientes, da divulgação e das vendas. Frequentemente acaba não dando a atenção devida às outras partes do seu negócio, que é aquela parte chata, dos números, dos controles, dos resultados. Uma empresa de decoração, independentemente do seu tamanho, é sempre um negócio complexo, ela envolve uma gama de fornecedores e prestadores de serviço, funcionários e todas as obrigações legais.

Fazer toda essa roda girar e, principalmente, fazendo o equilíbrio financeiro de curto, longo prazo e gerando resultados não é coisa fácil, porém jamais deve ser deixada no segundo plano. A boa notícia é que com um pouco de dedicação e algumas regras da administração, tudo isso pode ser simplificado e, sobretudo, você pode deixar a sua empresa enxuta e lucrativa e isso pode ser feito em apenas duas etapas:

 

1. Cuidado com os custos fixos: Eles são todos aqueles desembolsos que acontecem independentemente do quanto a empresa vende ou executa durante o mês. Dentre os principais então o aluguel, condomínio, luz, água, salários e demais despesas dos funcionários, gastos com veículos como, manutenção, seguro, prestações, documentação, multas, manutenção e conservação das instalações da empresa.

A melhor maneira de enxugar os custos fixos é organizar a empresa de forma a ter uma estrutura mínima (ou nenhuma), terceirizando e contratando tudo sob demanda, ou seja, à medida que tem eventos para executar. A margem por evento é menor, mas o lucro que o dono leva para casa pode ser muito maior e garantido.

 

2. Cuidado com o lucro de cada evento: É fundamental que o empresário de eventos tenha consciência que todos os projetos têm que dar lucro. Para isso, uma planilha de custos para cada evento que for realizar é o único caminho. Aconselho sempre já ao montar um orçamento para o cliente, começar pelos custos que terá para entregar o que está vendendo para o evento. Os principais são: A mão-de-obra (o cachê dos floristas, decoradores, montadores, ajudantes e custos com transporte, alimentação e hospedagem destes) o frete, as flores, as locações de materiais decorativos e os impostos.

a)    Numa empresa enxuta, que tem custo fixo zerado, o que sobra do evento é o lucro do dono. Aqui o empresário pode definir o percentual ou valor fixo que pretende ganhar no evento e conseguirá alcançar com facilidade.

 

b)    Já numa empresa que tem os seus funcionários fixos e os artigos para decoração, a dica é trabalhar com um lucro bruto em cada evento maior que 50%. Será com esse valor que o empresário irá pagar os custos fixos da empresa e, se sobrar algo no final do mês, esse será para o dono.

 

A primeira impressão é que quando o empresário terceiriza tudo, ele tem lucro menor e isso quase nunca é verdade, porque embora a margem de quem não terceiriza seja maior no primeiro momento, esse aparente lucro é todo consumido com os custos fixos e investimentos. Isso sem falar da sazonalidade que é comum no nosso setor. Um mês com poucos eventos pode consumir o lucro de vários outros meses.

  Outro fator importante, cuidado com o dinheiro antecipado dos clientes! Esse dinheiro pode sim financiar o seu negócio, mas cuidado, a conta sempre volta. O melhor seria guardar todo esse dinheiro e somente utilizá-lo quando for entregar o evento, mas se ainda não alcançou isso, não utilize mais do que a sua margem, o seu lucro. Senão lá na frente poderá ter que fazer negócios não lucrativos só para receber valores antecipados e poder entregar os eventos dos quais já gastou o dinheiro. Esse comportamento pode minar um negócio próspero. 

  No final das contas o que interessa é ter os clientes satisfeitos e resultado, que se traduz em dinheiro no bolso, ou melhor, na conta do dono e a perpetuação do seu negócio. E o melhor caminho para isso é simplificar a empresa e levar a sério que cada evento tem que dar o seu lucro, a sua margem e não gastando o dinheiro que os clientes antecipam.